quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Caminhos, navios e diários.

    A vida é um caminho sem volta, uma estrada sem atalhos nem retornos. Dificuldades são como rios no meio de nossos caminhos, cabe a nós fazermos pontes. Pessoas são como ilhas, cidades são arquipélagos. Relacionamentos são navios que fazem um caminho incessante entre essas ilhas. Mas como todo barco, se você não cuida ele fica velho. Não a boa velhice, aquela da sabedoria, mas a velhice ruim, aquela que trás doenças.
    Dentro desse barco, o coração é nosso diário de bordo, tudo fica guardado aqui, para sempre. Cada coisa que acontece, seja ruim ou seja boa, fica nesse diário. Cada um dos nossos erros e acertos fica resgistrado, como que se houvesse sido gravado com ferro em brasa.
    As coisas felizes gravadas nesse diário podem até te fazer alegre por uns momentos, mas são as coisas tristes que você se lembrará para o resto de sua vida.
    Às vezes a velhice não precisa chegar para o barco afundar, basta que as ilhas não sejam suficientes pra manter o navio. Basta um capitão que não saiba comandar. Basta um banco de areia para o navio encalhar.
Mesmo o barco mais bonito, pode ficar preso e afundar em uma enseada repeleta de rochedos, mesmo um grande amor pode morrer em uma enseada de dores e mágoas.
    E quando o barco afunda, a ilha se pergunta como vai viver sem aquela ligação. Ligação que a deixava tão completa e segura.
    E a ilha lembra que é só uma ilha. Ela não pode se mover, não pode ir atrás daquela ilha a  qual já foi ligada um dia. Hoje, aquele velho barco não existe e um coral cresceu entre essas lhas. O caminho nunca mais será o mesmo. Da mesma maneira que estas ilhas nunca mais possuirão a mesma ligação, um amor rompido nunca volta a ser o que era.
    Um coração quebrado não se refaz com cola, mas sim com tempo.
    E o tempo, rapaz, é a grande chave dessa história de caminhos, pontes, navios e ilhas.

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